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Crise trabalhista suspende aulas de alunos da Famerp

Ministério Público exige que professores e funcionários façam concursos

O afastamento de 30 professores deixou sem aulas nesta segunda-feira estudantes dos primeiros e segundos anos dos cursos de medicina e de enfermagem da Famerp de Rio Preto.

O afastamento é resultado da ação do MPT (Ministério Público do Trabalho) que apontou como ilegal a contratação dos 30 professores e outros 77 funcionários administrativos pela Funfarme (Fundação Faculdade de Medicina) – que é uma entidade de direito privado – para trabalhar na faculdade de medicina – que é escola pública estadual.

O MPT exige concurso público para todos os cargos da Famerp. Nota da assessoria de imprensa da faculdade informou na tarde desta segunda-feira que “o estado sinalizou positivamente sobre a publicação, no Diário Oficial de 2 de março [terça-feira], autorização que permite realizar o concurso para professores.”

Alunos de medicina e enfermagem paralisaram as aulas e fizeram assembléias para discutir os problemas e pressionar o estado a agilizar a regularização dos funcionários. Eles questionaram a atuação da Secretaria Estadual de Ensino Superior em relação à Famerp, que não regulariza o quadro técnico administrativo, demora em aprovar a abertura de concurso e  reduz o repasse de recursos.

Em 2008, foram repassados R$ 3,2 milhões como verba anual de custeio da Famerp. Em 2010, o repasse anual foi rebaixado para R$ 2,55 milhões, ou R$ 212,5 mil por mês. O valor representa R$ 346 por aluno.

A insatisfação dos alunos durante as assembléias desta segunda-feira tinha por base a comparação com outros gastos do governo. Eles lembravam que a CPI do Sistema Carcerário revelou que o governo gasta R$ 1,2 mil por mês com cada preso. Dá quatro vezes o que gasta para formar um médico na faculdade de Rio Preto, que está entre as melhores do país.

“É uma vergonha, uma humilhação ver a porta de entrada da faculdade fechada por falta de recursos para contratar uma recepcionista”, afirma a médica Elisabeth Liso, membro da comissão de docentes.

Fonte: Agência BOM DIA